Tinha domingo lá em casa em que se dizia ser la Domenica da far niente. Isso queria dizer que as mulheres não iriam para cozinha mas iriam improvisar com aquilo que havia sobrado dos dias anteriores. Sempre nascia uma delícia improvisada e esses os pratos acabavam sem nome porque era uma misturada danada que nós carinhosamente chamávamos de DOMENICA.
Claro que tudo isso era durante uma conversa daquelas bem animada acompanhada de um belo vinho, pedaços de parmesão ou gorgonzola ou ambos que eram servidos em pão italiano amanhecido.
A bem da verdade nem precisava ter almoço depois disso.
Pois é: hoje acordei com a cabeça de fazer uma DOMENICA.
Antes de começar a reinar na cozinha, abri um vinho tinto seco português da marca Fazenda Velha. Servi uma taça, tomei um gole farto e falei uma daquelas palavras que eu não posso escrever aqui.
Na geladeira Eu tinha um pedaço de polenta de mais ou menos 150 g um pote de molho de tomate à bolonhesa e um pouco da caponata do Carlos Varotto.
Coloquei tudo num prato assim:
Um pouco de molho de tomate no fundo do prato, a polenta picada em pedaços pequenos, o resto do molho de tomate com bolonhesa e a caponata.
Reguei fartamente com azeite extra virgem e coloquei um pouco de ervas finas e Pimenta Branca moída.
Servi a segunda taça e tomei só metade.
Levei o prato ao forno elétrico por cinco minutos e, de vez em quando, abri o forno para carregar um pouco mais de azeite. Faltando um minuto pulverizei um pouco de parmesão ralado e tomei o resto da taça.
Na hora de servir, pulverizei um pouco mais de queijo ralado e um fio de azeite extra virgem.
Servi a terceira taça de vinho e essa agora fui sorvendo à medida que saboreava essa deliciosa DOMENICA.
Claro que tinha sobremesa, também achada lá na geladeira.
Canjica com um pouco de uva passa, canela em pó e o fundo da taça de vinho o que sobrou.
Quando acabou o vírgula falei dois ou três daqueles palavrões que você conhece bem e fui deitar numa rede na varanda da casa, afinal ...
La domenica è un giorno di riposo.
Mangia che te fà bene
Bacci mile
Siamo tutti oriundi
Marcio Martini
24/05/20
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